quinta-feira, 17 de julho de 2008

quando as flores se calarem diante de nossos olhos surdos
e o perfume desaparecer de nossas narinas
talvez sejamos capazes não mais de perceber a vida
mas conscientizarmo-nos, ao menos,
de que aquilo que agora temos
não passa de mera sobreviência

porque o silêncio das flores é o silêncio das almas
a ausência do perfume é o vazio do espírito
a incapacidade de vermos a flor que se resseca
diante de nossos olhos
a flor que se esvai em pálidas pétalas
é nossa incapacidade de sentir a vida
de tirar da existência ainda algum alento
alguma utópica explicação para este todo já vazio
deste todo autodestrutivo

porque vem das flores a verdadeira beleza
é delas que emanam a sensibilidade
e a fragilidade tão necessárias à vida

mas se flores já não há
como havemos nós inundados de alguma vida?
restam-nos as pedras e os espinhos e as sementes mortas
no solo árido do corpo ressequido que nos é esmolado
neste dia-a-dia em que nos danamos
neste cotidiano em que nos enganamos
ficcionando que somos alguma coisa
além do trágico e do medo que nos consome
quando as flores se calarem diante de nossos olhos surdos
e o perfume desaparecer de nossas narinas
talvez sejamos capazes não mais de perceber a vida
mas conscientizarmo-nos, ao menos,
de que aquilo que agora temos
não passa de mera sobreviência

porque o silêncio das flores é o silêncio das almas
a ausência do perfume é o vazio do espírito
a incapacidade de vermos a flor que se resseca
diante de nossos olhos
a flor que se esvai em pálidas pétalas
é nossa incapacidade de sentir a vida
de tirar da existência ainda algum alento
alguma utópica explicação para este todo já vazio
deste todo autodestrutivo

porque vem das flores a verdadeira beleza
é delas que emanam a sensibilidade
e a fragilidade tão necessárias à vida

mas se flores já não há
como havemos nós inundados de alguma vida?
restam-nos as pedras e os espinhos e as sementes mortas
no solo árido do corpo ressequido que nos é esmolado
neste dia-a-dia em que nos danamos
neste cotidiano em que nos enganamos
ficcionando que somos alguma coisa
além do trágico e do medo que nos consome

sexta-feira, 11 de julho de 2008